Editorial
Cara feia
Até a gestão municipal admite: a zeladoria de Pelotas está péssima. Atribui-se isso à falta de recursos. Faz sentido, já que em período de agoniante crise financeira, o Município prioriza outras questões, como o pagamento de salários. Com razão. No entanto, é triste olhar para a cidade e ver a grama alta, cabos pendurados em postes, a buraqueira que toma conta em praticamente todas as zonas, da pequena travessa no bairro às grandes avenidas que cortam Pelotas.
A imprensa, naturalmente, entende essa priorização na hora de definir quais serviços serão feitos. A questão dos buracos vem sendo lidada, já que a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura, com nova gestão, tem um cronograma que vem sendo divulgado nas redes sociais. Imagina-se que a manutenção nas vias asfaltadas deve ser mais difícil e cara do que nas “de chão”.
No entanto, fora a questão da buraqueira, já batida de tanto que se fala, nota-se também outras questões que estão afetando visualmente Pelotas e, naturalmente, a percepção dos cidadãos e de quem visita a cidade. Na edição de ontem, o repórter João Pedro Goulart traz um pouco disso. A questão dos fios é um problema antigo. Não tem o menor cabimento tanto cabo solto por aí! A parte visual é o menos pior. A parte de segurança grita, com a possibilidade de um desses equipamentos estar eletrizado, ou de atingir um ciclista ou motociclista, ou mesmo um pedestre tropeçar - fato relatado por um dos entrevistados. Não é a primeira nem a segunda vez que o tema é motivo de reportagem, mas até agora, não houve o implemento da legislação que regule algo tão importante.
Em outra frente, a roçagem do Município. Neste ano, também por questões financeiras, não houve aditivo de contrato com a empresa que faz o serviço. Como sabe-se desde que o mundo é mundo, no verão a grama cresce mais rápido. Ou seja, mantendo o cronograma do resto do ano, a conta não fecha. E aí gera situações como praças sujas, grama alta e a diminuição de uso de espaços tão necessários, ainda mais nesse período quente, em que estar ao ar livre é sempre convidativo.
A parte visual da cidade, embora não prioritária, precisa ser pensada. Engloba segurança e engloba autoestima da população. Ninguém quer viver em uma cidade feia. Pelotas não pode se tornar uma cidade feia, algo que ela nunca foi.
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